Clássico da Teologia Autoria de Leoanrdo Boff, 249 páginas.
Em 1984 submetido a um processo doutrinário pela Congregação da Doutrina da Fé. Como conclusão o livro teve sua edição suspensa, embora nenhuma doutrina específica tivesse sido condenada. Diz-se apenas “que as opções do autor podem pôr em perigo a sã doutrina da fé”. Com o passar dos anos, constatou-se que esse perigo não ocorreu e a obra continuou a ser publicada. O autor foi em 1984 submetido a um “silêncio obsequioso”. Durou apenas 11 meses, pois o Papa João Paulo II, sabendo do compromisso do autor com o mundo da pobreza, retirou a referida pena. O livro contém a edição original de 1981, os pontos incriminados pela Congregação, a resposta escrita, a “Notificação” (não é condenação) daquela instância. Na nova edição ampliada se acrescentou a resposta à “Notificação” antes impedida de vir a lume. E, por fim, faz-se um balanço do que significou tal processo e a permanente atualidade do poder e do carisma para a vida da Igreja.
Sumario
NOTA A EDICAO REVISTA 17
NOTA A 2ª EDICAO 19
INTRODUCAO 21
I. PRATICAS PASTORAIS E MODELOS DE IGREJA 23
1. A correta articulacao: Reino-mundo-Igreja 25
2. Os grandes modelos herdados do passado 27
a) Igreja como civitas Dei: totalidade ad intra 27
b) Igreja como mater et magistra: o antigo pacto colonial 28
c) Igreja como sacramentum salutis: a modernizacao da Igreja 30
3. A emergencia de um novo modelo: Igreja a partir dos pobres 32
a) Uma libertacao politica e religiosa 33
b) Uma Igreja que nasce da fe do povo 34
c) Uma Igreja a altura dos desafios historicos 36
d) Um apelo a Igreja universal 37
Notas 39
II. PRATICAS TEOLOGICAS E INCIDENCIAS PASTORAIS 41
1. Da unica teologia as muitas tendencias teologicas 43
a) Alcance e limite de cada tendencia teologica 43
b) Quais sao os “inimigos” ou concorrentes de cada tendencia teologica 44
c) Funcionalidade de cada tendencia em referencia a Igreja e a sociedade 44
d) Qual a teologia util e necessaria para a nossa Igreja e nossa sociedade 45
2. Primeira tendencia teologica: teologia como explicitacao do depositum fidei 45
3. Segunda tendencia teologica: teologia como iniciacao a experiencia crista 46
4. Terceira tendencia teologica: teologia como reflexao sobre o Mysterium salutis 48
5. Quarta tendencia teologica: teologia como antropologia transcendental 49
6. Quinta tendencia teologica: teologia dos sinais dos tempos (do politico, da
secularizacao, da esperanca) 51
7. Sexta tendencia teologica: teologia do cativeiro e da libertacao 52
8. Qual a teologia adequada e necessaria a nossa Igreja no Brasil? 54
Notas 55
III. A IGREJA E A LUTA PELA JUSTICA E
PELO DIREITO DOS POBRES 57
1. A urgencia da luta pela justica social hoje 59
2. Reacoes mais significativas por parte das Igrejas cristas 60
3. Fundamentacao teologica para o compromisso com a justica 62
a) Afirmacao fundamental, tese central 63
b) Tres argumentos principais 63
c) Evitar os reducionismos 66
4. Luta pela justica e politica 66
a) Significados de “politica”: Politica com maiusculo e politica com minusculo 67
b) Politica e lucidez: a politizacao autentica 69
5. Distribuicao das competencias dentro da Igreja 71
a) Competencia da Hierarquia 71
b) Competencia dos religiosos 71
c) Competencia dos leigos (cf. Lumen gentium nº 33) 72
6. Dois criterios para o compromisso dos leigos em um determinado partido 73
7. Conclusao: compreender, apoiar, participar 74
Notas 75
IV. A QUESTAO DA VIOLACAO DOS DIREITOS
HUMANOS DENTRO DA IGREJA 77
1. Colocacao do problema: teoria e pratica dos direitos humanos na Igreja 80
2. Praticas de Igreja em atrito com sua proclamacao dos direitos humanos 81
a) No nivel institucional 82
b) No nivel da formacao da opiniao na Igreja 85
c) No nivel da doutrina e da disciplina 86
3. Tentativa de explicacao 89
a) Abordagem historico-sociologica 89
b) Abordagem analitica: a ideia que a autoridade concebe de si mesma 92
c) Abordagem estrutural 94
4. Caminhos de superacao 95
5. Conclusao 99
Notas 100
V. O PODER E A INSTITUICAO NA IGREJA
PODEM SE CONVERTER? 105
1. Esperancas frustradas, mas nao destruidas, em face da Igreja-instituicao 107
2. A Igreja-instituicao passou pela prova do poder? 110
3. O fim das re-formas: urge re-criar 121
4. Refontalizacao: o sentido evangelico da autoridade 124
a) O projeto fundamental de Jesus: libertacao e liberdade 125
b) Critica a todo poder-dominacao 126
5. Eclesiogenese: da velha nasce a nova Igreja 128
6. Sara, a esteril, concebeu 131
Notas 133
VI. O CATOLICISMO ROMANO: ESTRUTURA,
SANIDADE, PATOLOGIAS 137
1. Etapas na formulacao do problema 139
a) Nos protestantes: de um pre-conceito para a busca de um conceito 140
b) Nos catolicos: de uma patologia para a busca de uma normalidade 147
c) Conclusao: Evangelho-catolicismo, identidade e nao identidade 151
2. Que autoridade possui o catolicismo primitivo sobre o posterior? 152
3. A identidade do catolicismo 155
4. Catolicismo romano: afirmacao corajosa da identidade sacramental 158
5. Patologias do catolicismo romano 163
6. Catolicismo romano oficial e catolicismo popular 166
7. Conclusao: o catolicismo romano deve ser mais tradicional e
menos tradicionalista 168
Notas 170
VII. EM FAVOR DO SINCRETISMO: A PRODUCAO DA
CATOLICIDADE DO CATOLICISMO 175
1. O que e sincretismo 177
a) Sincretismo como adicao 178
b) Sincretismo como acomodacao 178
c) Sincretismo como mistura 179
d) Sincretismo como concordismo 179
e) Sincretismo como traducao 180
f) Sincretismo como refundicao 180
2. O cristianismo e um grandioso sincretismo 181
3. A legitimacao teologica do sincretismo religioso 183
a) O oferecimento salvifico universal e suas historizacoes 183
b) A religiao como expressao sincretica da fe 186
c) Catolicidade: a mesma identidade na pluralidade 189
4. Verdadeiros e falsos sincretismos 191
a) Criterios intrinsecos ao proprio fenomeno do sincretismo 191
b) Criterios hauridos da autocompreensao crista 193
5. Uma pedagogia da condescendencia 200
Notas 202
VIII. CARACTERISTICAS DA IGREJA EM UMA
SOCIEDADE DE CLASSES